Através de um comunicado, assinado por Osvaldo Franque Buela, Chefe do Gabinete da Presidência, a FLEC responde a Raul Tati, dizendo “corrigir e colocar os factos no seu verdadeiro contexto”. Em causa as afirmações de Raul Tati durante o programa Angola Fala Só da VoA sobre a sucessão do presidente Nzita Tiago.
Eis, na íntegra, o comunicado da FLEC enviado à Redacção do Folha 8:
“Na verdade Nzita Tiago nunca tinha feito uma declaração relativa a uma reunião Inter Cabindês para escolher alguém para a sua sucessão, mais defendia a realização de tal reunião para a constituição de uma equipa de negociação se os Angolanos manifestassem a vontade de dialogar com os Cabindas. Para isso ele queria uma equipe representando todas as sensibilidades. O presidente Nzita Tiago sempre disse que:
Antes de estabelecer qualquer negociação com Angola é necessário juntar todos os cabindas em torno de uma reunião intercabindesa «para decidirmos sobre o estatuto de Cabinda, para resolver definitivamente o problema de Cabinda é apenas uma questão de 30 minutos com José Eduardo dos Santos», concluiu o presidente da FLEC, Nzita Tiago.
É por isso que numa iniciativa da sociedade civil coordenada pelo Engenheiro Agostinho Chicaia, que nós (FLEC) nos encontramos em Paris, de 17 a 19 Outubro 2009 com o Padre Tati, Francisco Luemba, Belchior Lanso e o falecido Tiburcio Luemba Nzinga, sob a mediação do reverendo Pastor Ntoni Nzinga.
Essa reunião Preparatória da Conferência inter Cabindesa não tinha como objectivo encontrar um sucessor para o Presidente Nzita Tiago, mas para encontrar um consenso e definir uma equipe para futuras negociações. Esta é a verdade que deve ser contada ao povo para a sua história, e foram presos quando voltaram para Cabinda.
Sobre a liderança de Emmanuel Nzita na FLEC depois da morte do seu Pai, ele não fez usurpação do direito de auto-proclamar-se presidente da FLEC, é por vontade de seu pai que o alto comando militar tomou a iniciativa para anunciar formalmente a todos o nome do sucessor de Nzita Tiago, a quem foram entregues todos os arquivos da FLEC.
Quando da reunificação das alas dissidentes, a FLEC tem mecanismos internos que devem ser seguidos e respeitados por Alexandre Tati e todos os outros irmãos que conhecem muito bem o Emmanuel Nzita desde 1980 no quadro das missões que ele realizava no antigo quartel general da FLEC junto com o Veras Luemba, por um contacto simples, o resto será apenas uma formalidade nas bases operacionais … não existe crise insuperável entre irmãos que lutam por uma causa comum.
A razão e o interesse superior do povo de Cabinda devem ultrapassar quaisquer considerações egoístas e oportunistas que querem perpetuar a distracção e polémicas desnecessárias entre nós .
O que nos une a todos deve permanecer mais forte e acima de aquilo que nos pode dividir, depois de ter conhecido os momentos gloriosos de nossa resistência.”
…Quando a desmedida sede antagonica, o exagerado protagonismo doentio, a altivez descontrolada, o excesso do sentimento de superioridade, o interminavel desejo intriguista, terminarem, a unificacao Inter-Cabindesa acontecera naturalmente.
Após a morte do malogrado Nzita Tiago, Cabinda não conta jamais com uma diápora dita cabindesa, pois que os que tal se julgavam como tal, são provenientes de culturas periféricas, cujas atitudes e modis vivendi é bastante reprovável e não se enquadra com o natureza das terras de Cabinda.